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A escoliose pode ser estrutural ou funcional.
Nesse contexto estamos abordando a escoliose estrutural, que na sua forma mais comum, a escoliose idiopática do adolescente é definida como:
Uma complexa deformidade tridimensional da coluna vertebral, sem causa conhecida, que causa alterações estruturais nos três planos da coluna vertebral (plano frontal, sagital e transversal) e pode ocorrer em todos os segmentos vertebrais com potencial de progressão nos períodos de pico de crescimento.
A escoliose pode ser classificada por:
a) Etiologia em: idiopática e secundária a alguma condição patologia ou síndrome.
b) Cronologia: infantil (0 a 2), juvenil (3 a 9), adolescente (10 a 17) e adulto (acima de 18 anos)
c) Topografia: cervical, cervico-torácica, torácica, tóraco-lombar e lombar (determinada pela localização da vértebra ápice)
d) Ângulo: Leve, moderada, moderada a severa, severa e muito severa.
A coluna vertebral apresenta alteração na posição nos três planos do espaço e na morfologia das vértebras e das costelas (gradil costal) dependendo da magnitude da curva.
O evento mais importante a ser compreendido na biomecânica da escoliose é o Ciclo Vicioso de Stokes, onde um evento desencadeante resulta na descarga de peso assimétrica contínua, que durante o crescimento vai causar a deformação da vertebra que passa a ter a forma em cunha. Isso por sua vez, promove potencialmente a avanço da progressão da curva.
A escoliose que é secundária a outro processo patológico compõe em torno de 20% das escolioses; os 80% restantes são casos de escoliose idiopática.
A escoliose idiopática adolescente (AIS) com ângulo de Cobb acima de 10° ocorre na população geral em uma ampla faixa de prevalência, onde o valor mais encontrado na literatura é de 2 a 3%.
A progressão da AIS é muito mais frequente vista em meninas na razão de 7 para 1 quando o ângulo Cobb está acima de 30°
O exame considerado padrão ouro para o diagnóstico da escoliose é o RX panorâmico da coluna vertebral.
O principal teste de avaliação no exame clínico de pacientes com escoliose é o teste de Adam’s. Um resultado positivo para o teste é a patognomônico para escoliose.
O valor preditivo positivo do teste varia, mas considera-se escoliose com mais de 10 graus Cobb e um valor de 5 a 7 graus no teste de Adam’s.
– Avaliação da estética via fotografia, TRACE, e métodos como POTSI e ATSI e topografia de superfície (quando se tem acesso).
– Avaliação respiratória
– Avaliação de Qualidade de vida
-Avaliação da maturidade sexual (características sexuais secundárias)
– Testes ortopédicos específicos com potencial correlação seja na etiopatogenia seja na sobreposição de achados clínicos.
Objetivos: Parar a progressão da curva, prevenir ou tratar disfunção respiratória, prevenir ou tratar síndromes dolorosas e melhorar a estética.
As Diretrizes da SOSORT recomendam que:
De 10 a 20 graus Cobb o tratamento deve ser baseado nos Exercícios Fisioterapêuticos Específicos para Escoliose
De 25 a 45 graus Cobb o tratamento deve associar os Exercícios Fisioterapêuticos específicos para Escoliose com o uso de coletes ortopédicos
Acima de 45 graus Cobb há a indicação cirúrgica.
Importante lembrar que estes números servem de base, mas que deve se observar caso a caso.
A escoliose estruturada é uma condição crônica.
O tratamento da Escoliose Idiopática do Adolescente deve ser continuado pelo menos até que seja alcançada a maturidade esquelética e maturidade sexual.
Se o ângulo de escoliose na conclusão do crescimento exceder um “limiar crítico” (entre 30 e 50 graus, a maioria dos autores afirma que há maior risco de problemas de saúde na vida adulta, diminuição da qualidade de vida, comprometimento estético, dor e limitações funcionais progressivas.
Alguns casos podem requerer acompanhamento ao longo de toda a vida, e quanto mais capacidade de autogerenciamento for proporcionada melhor.
Referências bibliográficas
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