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Sistema de Bandeiras

O sistema de bandeiras é uma ferramenta para identificar fatores que podem influenciar a recuperação de um paciente e seu retorno ao trabalho após uma lesão musculoesquelética, por meio de observação de sinais e sintomas que nos alertam para determinados aspectos do paciente.

Por: Isadora Oliveira – São Paulo

Categorias do Sistema de Bandeiras

As bandeiras podem ser divididas em duas categorias distintas: as bandeiras clínicas e as bandeiras psicossociais.

BANDEIRAS CLÍNICAS
  1. Bandeiras vermelhas avaliam fatores de risco físicos para uma patologia subjacente séria
  2. Bandeiras laranja identificam sinais que questões psiquiátricas podem estar associadas ao quadro
 
BANDEIRAS PSICOSSOCIAIS
  1. Bandeiras amarelas avaliam fatores de risco psicológicos, sociais e ambientais
  2. Bandeiras pretas avaliam as condições objetivas do local de trabalho
  3. Bandeiras azuis avaliam percepções subjetivas sobre questões de trabalho. 

 

As bandeiras clínicas são comuns a muitas áreas da saúde e, se houver suspeita, estas requerem investigação adicional urgente da equipe médica e, muitas vezes, encaminhamento cirúrgico ou acompanhamento frequente com a equipe médica.

As bandeiras psicossociais são parte de uma abordagem terapêutica baseada no modelo biopsicossocial e fornecem uma estrutura para avaliação e planejamento. Esses sinalizadores não são um diagnóstico ou um sintoma, mas uma indicação de que alguém pode não se recuperar conforme o esperado e pode precisar de suporte adicional para retornar ao trabalho ou a atividades de vida diária. 

Fatores psicossociais determinam desfechos como níveis de atividade física e trabalho, mas parecem ser menos relevantes para o relato de sintomas, no entanto podem se apresentar como verdadeiros obstáculos ao processo de reabilitação, aumentando o tempo de recuperação e influenciando os resultados dos desfechos analisados (questionários/ testes funcionais). 

As bandeiras psicossociais foram subdivididas (amarelas, azuis e pretas) ao longo dos anos para refletir as diferentes interações que podem afetar o processo de reabilitação. 

 

Como identificar estas bandeiras em nossos pacientes?

A literatura recomenda uma intervenção precoce e abordagem escalonada para problemas de saúde comuns. Acredita-se que os fatores psicossociais começam a se tornar cada vez mais importantes entre duas e seis semanas do início do problema, e a avaliação pode começar nesse período.

Uma abordagem escalonada significa usar uma ferramenta de avaliação adequada às necessidades do paciente – por exemplo, começar fazendo algumas perguntas-chave e realizando um questionário de triagem e, em seguida, fazendo uma avaliação mais aprofundada quando indicado por esses processos, além de observação do comportamento do paciente e do ambiente de trabalho, uso de questionários específicos e uma boa comunicação terapêutica.

Lembre-se que: o  fisioterapeuta faz parte da equipe de saúde e é um profissional de primeiro contato, por isso,  pode realizar condutas e/ou encaminhamentos, baseado em exame clínico e fazendo uso de ferramentas apropriadas.

Após a identificação de alguma bandeira durante o processo de triagem de um paciente, é importante acionar as partes interessadas e os profissionais que podem ajudar, para que se possa elaborar um plano de ação envolvendo toda a equipe para o manejo do caso.

Referências

Finucane LM, Downie A, Mercer C, Greenhalgh SM, Boissonnault WG, Pool-Goudzwaard AL, Beneciuk JM, Leech RL, Selfe J. International Framework for Red Flags for Potential Serious Spinal Pathologies. J Orthop Sports Phys Ther. 2020 Jul;50(7):350-372. doi: 10.2519/jospt.2020.9971.

Nicholas MK, Linton SJ, Watson PJ, Main CJ; “Decade of the Flags” Working Group. Early identification and management of psychological risk factors (“yellow flags”) in patients with low back pain: a reappraisal. Phys Ther. 2011 May;91(5):737-53. doi: 10.2522/ptj.20100224. Epub 2011 Mar 30.

Nijs, J.; D’Hondt, E.; Clarys, P.; Deliens, T.; Polli, A.; Malfliet, A.; Coppieters, I.; Willaert, W.; Tumkaya Yilmaz, S.; Elma, Ö.; et al. Lifestyle and chronic pain across the lifespan: An inconvenient truth? PM R J. Inj. Funct. Rehabil. 2020, 12, 410–419.

Shaw, W.S., van der Windt, D. A, Main, C.J., Loisel, P., Linton, S.J., Decade of the Flags Working Group. 2008. Early patient screening and intervention to address individual level Occupational Factors (“Blue Flags”) in Back Disability. J Occ Rehab. Published online 12/12/08. Springer Science & Business Media. LLC 2008.

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